Neste dia 23/10/2010, às 18:30 hrs, aconteceu mais uma reunião do Grupo Paracaju, desta vez com o objetivo de tratar de uma questão fundamental para todos os brasileiros, o Sufrágio Universal, ou simplesmente o “voto”, tão discutido nesta época eleitoral, e consagrado pela Constituição de 1988 como pedra fundamental da democracia, e de onde emana o verdadeiro poder de transformação da sociedade.
Tivemos as ilustres presenças de André e Aninha, amigos sempre muito bem-vindos e que conduziram um importante e interessante debate sobre as eleições e o futuro que nosso país seguirá de acordo com a vontade manifestada nas urnas.
Dentre as questões discutidas, merece destaque a polêmica eleição dos deputados federais e estaduais, onde vislumbramos a eleição de dezenas de candidatos do meio artístico e esportivo, pessoas de notado talento para as artes que professam, mas que, evidentemente não demonstram nenhum conhecimento acerca de Ciências Políticas, e tampouco sabem precisar com exatidão qual o trabalho que executarão. Logo, não resta qualquer dúvida sobre o motivo de terem sido eleitos se deve apenas a fama que possuem, e não por merecimento e muito menos conhecimento político.
Tratamos também daquilo que fora chamado de “Voto de Protesto”, onde mais de 1.300.000 (um milhão e trezentas mil) pessoas do estado de São Paulo trocaram, sua oportunidade de conseguir melhorar o país, por uma piada totalmente sem graça ao eleger um pseudo-humorista cujo discurso de campanha era um bordão que dizia “...pior do que tá não fica”, um puro escárnio da democracia. Ao invés de “Voto de Protesto”, a alcunha “Voto de Estupidez” parece muito mais apropriada para estes “manifestantes”.
Mas, contrariando o bordão supramencionado, a situação pode piorar sim, pois devido a votação monstruosa do candidato humorista, mais 3 ou 4 candidatos de seu partido também foram eleitos, devido ao critério de votação proporcional que rege os cargos de deputado federal e estadual. Os jovens que inflamaram comunidades no Orkut em apoio ao humorista provavelmente não sabiam deste detalhe, pois para conhecer tais fatos é imprescindível que se estude, e eles não demonstram ter tal nobre ato. Se estivesse vivo, mais do que nunca Renato Russo teria motivos para cantar: "Que país é esse?".
O segundo, e crucial ponto do debate girou em torno do 2° turno para Presidente da República, onde os 2 candidatos remanescentes não discutem propostas, e sim preferem atacar um ao outro com acusações graves, difamatórias e injuriosas, transformando o sadio debate de idéias em um sádico ringue de guerra verbal. Precisamos mesmo ver isso?
Indubitavelmente, dentre os temas que servem de munição para os “soldados” que almejam a cadeira mor do Executivo Nacional, estão a liberação ou não do casamento de pessoas de mesmo sexo, e também do aborto. Veja, nossa legislação prevê hodiernamente medidas de proteção e inclusive reconhecimento de união estável entre homossexuais, conferindo-lhes os mesmos direitos que possuem marido e mulher na sociedade, como pensão, aposentadoria, dentre outros, pois como foi dito no debate, “eles são filhos tão amados por Deus como qualquer um de nós”, mas é tolice achar que um presidente pode obrigar uma igreja a realizar tal casamento, pois a Igreja, seja ela qual for, não está sujeita a obedecer deliberações do Governo que firam seus preceitos.
Já o aborto, tornou-se o principal meio de batalha deste 2° turno. Não reside nenhuma dúvida de que um cristão não pode jamais ser favorável a esta prática covarde e assassina, quase sempre realizada em gestações não-planejadas, ou seja, frutos de promiscuidade, mas que ainda assim é tão defendido por grupos de feministas, que dizem defender o direito das mulheres, mas não se importam de assassinar as meninas que estão para nascer, por meio do aborto, denotando-se um tanto contraditório e cínico.
Não bastasse isso, vemos partidos e candidatos "negociando" o apoio de religiosos, e inúmeros panfletos de apoio e repúdio a um e outro candidato, de origem duvidosa surgem trazidos pelo vento até nossas mãos. Estamos num momento delicado de nosso país, e a escolha consciente de cada um de nós é fundamental para construirmos o Brasil de nossos filhos e netos. Assim, dia 31 de outubro será mais do que o Dia das Bruxas, será o dia em que podemos decidir o futuro.
Helder de Carvalho.
